História

Com o desenvolvimento da expansão marítima e o desenvolvimento das atividades portuária e comercial, aos grandes centros urbanos afluía todo o tipo de gente à procura de trabalho, a que se juntavam as viúvas e os órfãos, os pedintes, as prostitutas e os encarcerados, assim degradando as condições de vida de todos. As ruas das cidades, principalmente Lisboa, eram antros de promiscuidade e doença e, neste contexto, a Rainha D. Leonor, viúva de D. João II, apoiada por D. Manuel I, instituiu a Irmandade de Invocação a Nossa Senhora da Misericórdia, a 15 de agosto de 1498, na Sé de Lisboa.
 
Quinhentos anos depois, a 24 de julho de 1902, com o apoio de 48 irmãos fundadores, entre os quais António José de Sousa Machado, o 1.º Provedor, Dr. António Correia Teixeira de Vasconcelos Portocarrerro, o Vice-Provedor, José Martins da Costa Moreira, Bento Botelho Dias Teixeira, Alberto Teixeira de Sousa Pereira e Joaquim Ferreira Barbosa, lançaram-se as bases para a construção de uma Irmandade da Misericórdia em Paredes, depois da aprovação e assinatura dos estatutos enviados depois ao Governador Civil e ao Prelado da Diocese para homologação. O compromisso destes homens também era o compromisso de apoiar os mais desfavorecidos e levar a cabo as 14 Obras de Misericórdia:
 
7 espirituais, mais orientadas para questões morais e religiosas:
  • Ensinar os simples
  • Dar bom conselho
  • Corrigir com caridade os que erram
  • Consolar os que sofrem
  • Perdoar os que nos ofendem
  • Sofrer as injúrias com paciência
  • Rezar a Deus pelos vivos e pelos mortos

7 corporais, relacionadas, sobretudo, com preocupações materiais:

  • Remir os cativos e visitar os presos
  • Curar e assistir os doentes
  • Vestir os nus
  • Dar de comer a quem tem fome
  • Dar de beber a quem tem sede
  • Enterrar os mortos
  • Dar pousada aos peregrinos
Celebrado o primeiro centenário, são diversificadas e válidas as facetas desta Irmandade da Misericórdia de Paredes ao serviço da comunidade: o lar, é um estabelecimento de solidariedade social de referência na zona, assim como o centro de dia ou o apoio ao domicílio; a creche e o jardim infantil prestam um ótimo serviço ao ensino; o RSI ajuda muitas famílias a reestruturar-se e o grupo de teatro é um elemento dinamizador de cultura. 
 
É público o reconhecimento que a cidade e o concelho de Paredes sentem por esta Irmandade, materializado com a atribuição da Medalha de Ouro do Município de Paredes, a 23 de julho de 2013, como "reconhecimento da sua relevante obra social e meritória intervenção junto da comunidade, especialmente a mais desfavorecida".
 

O Brasão da Santa Casa da Misericórdia de Paredes é composto por dois escudos ovados dispostos em v, ornados por dois ramos de alfazema, à esquerda, e alecrim, à direita, e encimados por coroa de ouro de Nossa Senhora da Conceição. No escudo da direita, em campo branco, a figura da padroeira da instituição, Nossa Senhora da Conceição; e no escudo da esquerda, o símbolo das armas nacionais. Por baixo do conjunto, com letras maiusculizadas azuis, a inscrição "Santa Casa da Misericórdia de Paredes".

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